Pão artesanal, natural e orgânico

Entenda o processo de fermentação natural e como surgiu a Purus Panis

Com um processo artesanal de panificação, Henrique e Bia produzem pães a partir da fermentação natural. O pão fermentado desta forma, além de delicioso, proporciona benefícios para a saúde e ajuda na digestibilidade, inclusive de pessoas sensíveis ao glúten.

Quando a mãe de Henrique fazia pães artesanais para a família, há 15 anos atrás, ela não imaginava que seu filho e a esposa Bia iriam criar um empreendimento próprio baseado no amor pela panificação. Mas, em 2016, foi exatamente o que aconteceu: o casal fundou a Purus Panis, que produz pães artesanais, orgânicos e com fermentação natural. Sabe o que significa tudo isso? O resultado é lindo, um pão rústico, casca crocante com miolo leve e macio. O processo pede uma explicação um pouco mais longa, então os administradores da Purus Panis, Henrique Mirabeau e Bia Breves, esclarecem como o pão é feito artesanalmente.

O primeiro passo para a fermentação natural da Purus Panis foi a criação do próprio levain, em 2016, que é o fermento natural que pode durar anos quando alimentado. Henrique é o produtor e Bia cuida da administração. Botando a mão na massa, mistura-se água, farinha e levain, que eles alimentam diariamente, e assim a produção já começa. É então que eles podem fazer a modelagem e deixar o pão descansando por muitas horas até o momento de assar. 

As etapas de fermentar e de assar são a maior diferença entre a produção com fermento natural e químico. “O natural faz com que possamos usar muitas horas para fermentar. Para o pão fermentar rápido, as grandes indústrias colocam muita quantidade, fermentam por 15 minutos e já colocam para assar”, explica Bia. Quando o pão realmente fermentou por bastante tempo antes de ser assado, a digestibilidade é muito facilitada, porque o pão não vai precisar fermentar dentro do organismo.

Devido à fermentação mais lenta, o pão feito desta forma facilita o consumo e a digestão, inclusive para pessoas sensíveis ao glúten, além de ter um índice glicêmico mais baixo do que outros pães. O sabor é ainda mais gostoso do que o do pão tradicional e ele possui uma série de nutrientes devido à maior complexidade de sua composição, além de aumentar o teor de bactérias benéficas no intestino. 

Henrique e Bia optaram por morar em uma área rural, porque gostam de estar em contato com a natureza e com os animais. Para eles, toda a cadeia de produção é importante. O princípio da Purus Panis é também a busca por uma harmonia com o meio ambiente, o que engloba diversas ações, como o fato de terem uma produção orgânica certificada: “Você tem que ter uma relação em equilíbrio com a natureza, se preocupar com seu lixo, com a fonte de água que você usa, com os descartes que você vai fazer e, consequentemente, você está comprando matéria-prima de quem também tem essa preocupação. Quem produz a farinha orgânica tem essa preocupação com a mão de obra, com os direitos trabalhistas”, atestam. 

Com a certeza de que o processo de produção deles não está agredindo o meio ambiente nem prejudicando os colaboradores, eles têm muito orgulho de fazer parte do movimento da sustentabilidade. Além disso, ainda afirmam que ficam satisfeitos ao ver o resultado do trabalho, apesar do ramo da panificação ser difícil para pequenos produtores:  “A gratificação de trabalhar com pão é ver o resultado na mesa das pessoas… É saber que tem criancinhas e bebezinhos que só comem o nosso pão ou que, a primeira vez que comeram um pão, ele foi feito por nós. Saber que pessoas que têm algum problema de digestibilidade comem o nosso pão e não se sentem mal”.