Certificação de orgânicos

Muito além de um selo: saiba como funciona a certificação de orgânicos e o que você precisa procurar na hora de comprar seu alimento

Ainda há muitas dúvidas sobre como garantir que um produto orgânico siga os padrões de produção recomendados. Mas será que basta ter um selo para confiarmos que a produção é realmente sustentável e remunera o trabalhador de forma justa? Afinal, sustentabilidade é um tripé: social, ambiental e econômico

Você sabe o que é um produto orgânico e como diferenciá-lo dos outros alimentos? E sabe se essa nomenclatura é realmente confiável e basta para comprovar que um produto foi eticamente produzido? É de interesse dos grandes supermercados e cadeias produtivas que os consumidores tenham pouca informação sobre quais são as diferenças entre a produção orgânica e a convencional.

Porém, como estamos aqui para informar as pessoas sobre a necessidade de eliminar o veneno da produção agrícola, é importante demonstrar que há um processo para a certificação em orgânicos e que existem mais questões a se considerar sobre uma produção do que apenas conferir se o produto é orgânico certificado.

Para começar, é importante entender que todos os produtos orgânicos são controlados, ou seja, existe uma fiscalização para entender como funciona a produção desses alimentos e garantir que os métodos são realmente condizentes com as determinações.

Então, como identificar, de primeira, se essa produção é orgânica? Isso é fácil! Cada produto orgânico que passar por esse processo de certificação com entidades responsáveis apresentará um selo, que atesta que a produção segue uma série de diretrizes. Esse selo provavelmente deve ser conhecido por você, consumidor, que com certeza já se deparou com aquela etiqueta que diz “Produto Orgânico Brasil”.

Certificação em orgânicos

Para garantir que a produção segue as diretrizes de produção orgânica, uma empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedecem às normas e práticas da produção orgânica.

No Brasil, o produtor deve fazer parte do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, o que pode ser feito a partir de alguns processos diferentes, mas os mais comuns são a Certificação por Auditoria e o Sistema Participativo de Garantia:

  • Certificação por Auditoria: A concessão do selo Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica (SisOrg) é feita por uma certificadora pública ou privada credenciada no Ministério da Agricultura. Esse tipo de certificação costuma ser oferecida por propriedades mais sofisticadas, maiores e que apresentam tecnologias mais avançadas.
  • Sistema Participativo de Garantia (SPG): Caracteriza-se pela responsabilidade coletiva dos membros do sistema, que podem ser produtores, consumidores, técnicos e demais interessados. Normalmente, atende a produções comunitárias ou a pequenos grupos autônomos, por ter menos custos e menos logística.

A certificação, nos dois processos, é apresentada sob a forma de um selo afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto.

Pequenos Produtores

João Pimenta, de 61 anos, que, além de ser presidente do grupo de produtores SerOrgânico e membro associado do Conselho Administrativo da Associação dos Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (ABIO), também compõe a associação do Sistema Participativo de Garantia (SPG) da ABIO, que participa do processo de certificação de orgânicos, conversou com a gente sobre as dificuldades que os produtores enfrentam.

“Antes de ter a certificação SPG, a única possibilidade eram as empresas certificadoras por consultoria. É um processo muito caro e que só libera o certificado se você estiver 100% enquadrado nas normas. Se você precisa se adequar, eles não dizem o que tem que fazer, não te ajudam a entender quais são as exigências”, afirma João.

Como explica, o Sistema Participativo de Garantia funciona a partir de um grupo de agricultores que certifica e fiscaliza as propriedades orgânicas, facilitando o processo para pequenos agricultores. No Rio de Janeiro, o grupo responsável é a ABIO, que vai às propriedades verificar as normas.

João garante que é de interesse de todos que não ocorram erros no processo. “Ninguém deixa passar porque é uma responsabilidade do grupo. Se você comprar um produto meu e achar índice de químicos, todo o grupo de Seropédica será punido, assim como a ABIO. E essa punição é feita por multas e também sanções, como impedir que a ABIO seja certificadora por anos”, explica o produtor.

Confiança e relação justa

No site do Meu amigo tem um sítio, você pode conferir a procedência de cada produto: somos o único e-commerce de orgânicos que informa qual produtor é responsável por cada um dos produtos vendidos, sem exceção.

É fácil garantir que os produtos são de origem confiável quando há uma relação justa e ética com os produtores, temos orgulho de mostrar o rosto de cada uma das pessoas que levam alimentos à sua mesa! Contando a vocês a história de cada produtor, garantimos ainda mais valorização do trabalho de quem dedica sua vida ao cuidado com o meio ambiente e com a saúde dos consumidores.

De acordo com João Pimenta, quando um grande supermercado ou mesmo uma cesta de orgânicos esconde a procedência do produto, não é um bom sinal. “Geralmente não querem mostrar o produtor porque há uma exploração.

É diferente do Ricardo e da Fabiana, que têm uma preocupação com o produtor, valorizam o produto e não questionam o preço do produtor. É uma relação de igual para igual e a maioria das empresas não pensam assim. Se o produtor está com problema, eles não vão nos ajudar. O diferencial da parceria com o Meu amigo tem um sítio é que dá condições ao produtor para ele poder produzir”, defende João.

Agroecológicos

Em nosso site, você pode encontrar a informação sobre o processo de produção do alimento com transparência, já que cada produto é sinalizado como “orgânico”, “agroecológico” ou “não orgânico”. Os produtos agroecológicos que chegam em nossa cesta são produzidos por pessoas que confiamos e garantimos que, neles, não há veneno.

O produtor que deseja mudar do sistema convencional para o orgânico pode passar por um período de conversão, que leva em média 18 meses. Esse processo requer mudanças que nem sempre são implementadas com facilidade.

Ou seja, muitas vezes um produto agroecológico segue as mesmas diretrizes do produto orgânico, mas sem ter passado pelo processo de certificação. A parceria dos agricultores com uma empresa como o Meu amigo tem um sítio pode auxiliar nesse processo, principalmente por garantirmos a remuneração do agricultor de maneira justa, além de incentivarmos a sua certificação.

É isso que relata nosso parceiro Pedro Delmonte, do Sítio Kouit, uma relação que começou lá em 2017 e segue rendendo bons frutos.

“O sentido de parceria se aplica muito bem a essa relação que foi construída ao longo desses quase 4 anos! Vocês [Meu amigo tem um sítio] sempre incentivando a gente a aumentar nossos produtos certificados, acreditando nos nossos projetos e sempre animados com novidades. Da nossa parte tivemos a preocupação de levar produtos de qualidade com preço acessível para que os orgânicos pudessem ser consumidos por cada vez mais pessoas”

Pedro Delmont