Onveg

instituto onveg e colaboradores

Um dos nossos produtores parceiros, o Instituto Origem faz toda a produção de pastas e chocolates veganos da empresa Onveg. Localizados em São Thomé das Letras, Minas Gerais, os produtores buscam aplicar na produção práticas completamente diferentes das exercidas mundialmente nesta indústria, utilizando o trabalho simbiótico com a natureza.

Cacau e cholates Onveg

“A gente entra na contramão dessa maneira de produção das multinacionais. O cultivo com o qual trabalhamos é o sistema de cabruca, ou seja, o consórcio do cacau dentro da própria floresta. O cacau é uma planta que ocupa o estrato baixo, sendo protegida pela sombra das árvores nativas. Trabalhamos com duas plantas, um cacau nativo da Amazônia, de ótima qualidade e com características frutadas, e outro cacau que vem da Bahia, sendo produzido por Ernst Gotsch, considerado referência mundial na agricultura sintrópica”, afirma Ramon Senra

O cacaueiro é uma planta nativa da Amazônia e, no Brasil, é cultivado em oito estados: Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A Onveg, produtora de chocolates orgânicos, é de Minas Gerais, mas utiliza dois tipos de cacau em sua produção.

Um deles é fornecido por um agricultor da Amazônia que mantém a simbiose com a natureza no cultivo, espécie que possui sabor frutado. O outro, originário da Bahia, é plantado por Ernst Gotsch, pesquisador suíço que criou a agricultura sintrópica e utiliza técnicas da agrofloresta para o plantio do cacaueiro.

Como é a produção da Onveg

Como explica Ramon, o cacau é produzido em consórcio com a natureza, sendo depois selecionado, passando pela fermentação, secagem à baixa temperatura e seleção das amostras. Só então passa pelo processo de produção das barras de chocolate, pastas e manteigas Onveg.

“Quando a planta chega para nós, fazemos uma torrefação à baixa temperatura e com maior tempo, para que elimine aos poucos os ácidos que estão no cacau com maior intensidade. Diferentemente da indústria, que costuma moer o cacau em oito horas, o nosso chocolate demora cerca de cinco dias para ficar pronto porque é feito à baixa temperatura e de forma lenta em moinho de pedra, o que traz benefícios de sabor e nutricional, principalmente”, afirma.

Para ele, a produção das grandes indústrias ignora o fato de que o cacau que utilizam é de má qualidade, plantado em larga escala e utilizando diversos químicos para mascarar esse fato.

“A produção de chocolate no mundo foi muito monopolizada, durante muito tempo, nas mãos de grandes empresas que exploraram a produção de cacau de forma muito opressora e desigual. Hoje, a maior parte do cacau produzido no mundo vem da África, principalmente, onde utilizam diversas formas de trabalho infantil e análogo à escravidão.”

“Eles trabalham dessa forma porque compram cacau de baixa qualidade e por um custo baixíssimo, fazendo uma padronização. Esse processo se chama alcalinização, quando se eliminam alguns ácidos do cacau para que ele tenha um gosto padronizado”, opina Ramon.

Para a Onveg, mudar a forma de se relacionar com a natureza é fundamental, mas também é necessário buscar mais ações para promover trabalho ético na indústria alimentícia.

“É importante criar um ambiente de trabalho inclusivo entre os colaboradores, onde eles passam a fazer parte do processo e participem da tomada de decisão, dos testes e das reflexões sobre os produtos. A nossa intenção é trazer uma transformação através do trabalho que eles desenvolvem no Instituto Origem”, conclui.

Mais do que se deliciar com os chocolates da Onveg sem culpa, vamos repensar o nosso consumo? É um tema urgente e que precisa ser tratado com sua devida magnitude, responsabilizando multinacionais que violam os direitos humanos e apoiando iniciativas de proteção do trabalhador rural.

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