Embora se fale muito dos ultraprocessados, os processados não são nenhuma maravilha. Apesar de serem antigos e fazerem parte da alimentação humana, há muito o que se manter atento sobre eles. Sobretudo no nosso dia a dia corrido e de baixa conexão com a terra.
Associados a uma série de problemas de saúde, os alimentos processados são uma parte comum da dieta moderna. Neste artigo, vamos explorar o que são, quais os riscos para a saúde e como evitá-los.
O que são alimentos processados
Alimentos processados são aqueles que passaram por algum tipo de processamento industrial antes de serem consumidos. Isso inclui desde alimentos embalados até produtos congelados e pré-cozinhados. O objetivo do processamento é geralmente melhorar a vida útil do alimento, mas pode incluir a adição de conservantes, corantes e outros aditivos. Alguns exemplos deles incluem:
- Alimentos enlatados ou embalados: esses alimentos são cozidos e embalados em um recipiente selado, geralmente com conservantes e aditivos para prolongar a sua vida útil.
- Exemplos incluem sopa, molho de tomate, feijão e vegetais enlatados.
- Produtos congelados: esses alimentos são congelados rapidamente após a colheita para preservar sua frescura. Eles podem incluir alimentos pré-cozinhados:
- Lasanhas, pizzas e frango congelado.
- Produtos de carne processada: Normalmente cobertos de conservantes, aditivos e níveis elevados de sódio, os produtos de carne são os que mais facilmente passam batido. Alguns deles são:
- Linguiças, salsichas, presuntos e bacons.
Processado vs Ultraprocessado: o que faz um ser chamado de “ultra”?
Ao falar sobre alimentos processados, é comum que sejam confundidos com os alimentos ultraprocessados. Embora ambos sejam submetidos a algum tipo de processamento, existem diferenças significativas entre eles.
Alimentos processados são aqueles que passam por algum tipo de processamento industrial antes de serem consumidos. Eles são geralmente feitos a partir de ingredientes naturais e podem incluir alimentos embalados, congelados ou enlatados. Esses alimentos geralmente têm uma vida útil mais longa e podem conter conservantes e aditivos.
Já os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por um processamento mais complexo e possuem uma variedade de ingredientes adicionais, incluindo conservantes, corantes, edulcorantes, emulsionantes e outros aditivos.
Eles são geralmente ricos em açúcares, gorduras e sódio e pobres em nutrientes. Exemplos de alimentos ultraprocessados incluem biscoitos, bolachas, salgadinhos, refrigerantes, alimentos congelados prontos para serem consumidos, entre outros.
Riscos para a saúde
Existem dois tipos de riscos à saúde associados com um consumo excessivo de alimentos processados. Um diz respeito ao que esses alimentos têm em excesso. O outro, ao que eles têm em falta. Veja o que os elevados níveis de açúcares, sódio e gordura trans podem te causar, e o que a falta de vitaminas e minerais presente em outros alimentos afetam:
Problemas causados pelo excesso
Os alimentos processados geralmente contêm elevados níveis de açúcares, gorduras e sódio – componentes adicionados para dar mais sabor aos alimentos e apelarem para partes mais primitivas do gosto humano. Além de aumentarem a vida útil, melhoram o paladar – no curto prazo. Confira seus malefícios à saúde:
- Aumento do risco de obesidade e doenças relacionadas: devido ao alto teor de gordura, açúcares e sódio presentes.
- Aumento do risco de pressão e colesterol altos: devido ao alto teor de sódio e gordura.
- Alteração do microbioma intestinal: devido ao alto teor de aditivos.
- Resistência à insulina: devido ao alto teor de açúcares.
- Pode causar ansiedade e depressão: devido ao alto teor de açúcares e aditivos.
- Pode causar constipação, diarreia e dor abdominal: devido ao alto teor de aditivos artificiais.
Problemas causados pela falta
Por outro lado, há mais falta do que excesso nos alimentos processados. E aqui falamos da falta de nutrientes. Vitaminas e minerais, essenciais e ricos em alimentos in natura, faltam de maneira drástica a esses alimentos. Confira só:
- Imunidade baixa: relacionados à falta de vitamina C, mais presentes em frutas e vegetais (raramente processados).
- Pode causar problemas ósseos: devido ao baixo consumo de cálcio e vitamina D, que raramente fazem parte da composição dos alimentos desse tipo.
- Problemas de pele: devido ao baixo consumo de vitamina A e antioxidantes, eles podem agilizar o processo de envelhecimento da pele.
- Falta de fibra: causando problemas similares aos que descrevemos no item acima, a fibra nunca é o mais gostoso, mas é essencial para uma flora intestinal funcional.
Porque comemos processados?
Com tantos malefícios, por que esses alimentos ainda fazem parte da nossa dieta? Aqui separamos alguns pontos importantes que te ajudam a entender a adoção histórica dos processados e como eles não deixam a nossa rotina:
Econômicos
Alimentos processados geralmente são mais baratos do que alimentos frescos e orgânicos: o que já é justificativa para quem tem orçamento apertado. Mas sua principal característica econômica é a durabilidade.
Essa mesma justificativa ajudava grandes cadeias logísticas de suprimentos, além de permitir explorações e maior durabilidade em períodos antigos. Os métodos de processamento são antigos, e nem todos, maléficos.
Cultural
A cultura de consumo rápido e prático tem levado ao aumento da popularidade desses alimentos. Esses alimentos são geralmente embalados e prontos para consumo, o que os torna uma opção conveniente para pessoas com estilos de vida ocupados e ágeis.
É um dos sintomas do afastamento de um estilo de vida mais conectado com a terra. O tempo do alimento, quando refém do tempo do capital, provoca isso: alimentos rápidos, que mal são alimentos.
Cognitivos
Os alimentos processados geralmente são adicionados de sabores artificiais, conservantes e aditivos para melhorar seu sabor e textura, tornando-os mais atraentes para os consumidores. Só assim para empurrar um conjunto de besteiras para dentro.
Entretanto, esses aditivos industriais têm sua origem: a salga, o mergulhar em gordura e a caramelização (quando se adoça demais) eram métodos antigos de preservação de alimentos. Esse sabor aditivo poderia não ser um problema em sociedades nômades ou de grande consumo calórico – mas não faz sentido na nossa vida sedentária.
Como evitar alimentos processados
A melhor maneira de evitar comê-los é optar por opções frescas e naturais, como frutas, verduras e carne magra. Os orgânicos são os principais substitutos para quem quer uma rotina efetivamente mais saudável de alimentação.
É importante ler os rótulos dos alimentos e evitar aqueles que contêm muitos aditivos e conservantes – especialmente os ultraprocessados. Além disso, cozinhar em casa com ingredientes frescos é uma ótima maneira de controlar o que você está comendo – e as doses de sal, gordura e açúcar.