Segurança alimentar: saiba o que é e como a alimentação orgânica ajuda a assegurá-la

Como assegurar sua segurança alimentar

Um dos maiores problemas do Brasil, a segurança alimentar é base de governos e campanhas no país. Apesar de muitas vezes subestimado ou desconhecido pelo público em geral, ele é um problema com solução. 

Neste texto, vamos explorar o que é segurança alimentar, por que é importante e os diferentes tipos de insegurança alimentar que podem afetar as pessoas. Também vamos discutir as principais causas da insegurança alimentar e como podemos agir para diminuir esse problema. Um spoiler: inclui o consumo de alimentos orgânicos.

O que é segurança alimentar

Segurança alimentar é o acesso, consistente e humanizado, a alimentos nutritivos e em volume ideal para um ser humano. Isso inclui ter acesso a uma variedade de alimentos que atendam às necessidades nutricionais de cada indivíduo, mas não apenas.

Segurança alimentar também é pensar no acesso físico, econômico e social, à comida, e ao hábito cultural da alimentação. A segurança alimentar é um direito fundamental de todas as pessoas e é um componente essencial para a saúde e o bem-estar geral.

Segurança alimentar com variedade de alimentos

Qual a importância da segurança alimentar?

Sua importância é um pouco óbvia. A segurança alimentar é fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento das pessoas e suas comunidades. Ela garante que todos tenham acesso a alimentos nutritivos e saudáveis, o que é essencial para a saúde e o crescimento das pessoas. 

Além disso, a segurança alimentar é importante para a estabilidade econômica e social das comunidades, pois garante que as pessoas tenham a energia necessária para viver o dia a dia.

Diversos estudos econômicos relacionam a quantidade de quilocalorias e a qualidade de uma alimentação com a produtividade de uma sociedade. Em outras palavras: é difícil trabalhar bem de barriga vazia. E sem trabalhar bem, é difícil receber bem. Um ciclo de desnutrição e fome.

Por isso, é importante que sejam tomadas medidas para garantir a segurança alimentar em todos os níveis, desde o local até o global.

Tipos de insegurança alimentar

A insegurança alimentar pode ser classificada em três categorias, levando-se em conta as privações a que a pessoa está submetida: leve, moderada e grave.

Leve

A insegurança alimentar leve ocorre quando as pessoas têm acesso limitado a uma variedade de alimentos saudáveis, mas ainda conseguem obter alimentos suficientes para atender às suas necessidades nutricionais. 

É um cálculo frio da quantidade de calorias consumidas e necessárias para a sobrevivência. Isso pode ocorrer em áreas onde há uma falta de acesso ao comércio ou ao transporte, o que diminui o acesso à variedade alimentar.

Moderada

Insegurança alimentar moderada ocorre quando as pessoas têm acesso inconsistente a alimentos saudáveis e podem passar por períodos de falta de alimentos. Aqui se pensa em recorrência de alimentação: há dias com comida, e dias sem.

Isso pode ser causado por fatores econômicos, como a instabilidade financeira ou a falta de recursos para comprar alimentos, ou por fatores relacionados à produção de alimentos, como a falta de acesso a sistemas de produção de alimentos saudáveis.

Grave

Insegurança alimentar grave ocorre quando as pessoas têm acesso muito limitado ou não têm acesso a alimentos saudáveis e podem passar dias ou mesmo semanas sem comer o suficiente. Isso pode ocorrer em contextos de pobreza extrema ou em situações de desastres naturais ou conflitos, onde a produção e a cadeia logística de alimentos são afetados.

Causas da insegurança alimentar

Existem várias causas para a insegurança alimentar, incluindo desde processos produtivos excludentes, exportação de alimentos, agronegócio e instabilidade financeira.

Processos produtivos excludentes

Processos produtivos excludentes são aqueles que excluem determinados grupos da produção de alimentos – seja tornando os mercados inviáveis ou impedindo acesso à terra -, como pequenos agricultores ou comunidades indígenas. Isso pode ocorrer por meio de:

  • Políticas públicas que favorecem grandes fazendas
  • Práticas de aquisição de terra que desalojam as comunidades nativas.

Esses processos excludentes podem levar a uma diminuição da produção de alimentos em áreas rurais. Essas regiões, com potencial para produção em quantidade e variedade, tornam-se celeiros para alimentos não consumidos por humanos, diminuindo a oferta de alimentos.

Exportação de alimentos

A exportação de alimentos pode contribuir para a insegurança alimentar em países que tenham moedas desvalorizadas, como é o caso do Brasil. Nesse caso, grandes quantidades de alimentos são enviadas para outros países, deixando pouco disponível para a população local. A alta do dólar brilha mais aos olhos dos exportadores do que a fome.

A exportação de alimentos torna os preços dos alimentos no mercado local mais caros e inacessíveis para algumas pessoas. Por isso, é importante equilibrar a exportação de alimentos com as necessidades da população local e garantir que todos tenham acesso a alimentos nutritivos e a preços acessíveis.

Agronegócio

O agronegócio é um setor da economia que se dedica à produção de alimentos em grande escala, com o objetivo de maximizar o lucro. Tal postura leva a práticas predatórias, como a utilização excessiva de agrotóxicos e fertilizantes químicos, que podem prejudicar a saúde das pessoas e do meio ambiente. 

Além disso, o agronegócio também pode excluir pequenos produtores, que muitas vezes são forçados a vender suas terras para grandes empresas, e promover a monocultura em detrimento da diversidade agrícola

Isso pode reduzir a segurança alimentar no longo prazo, pois a dependência de poucas culturas torna a produção de alimentos mais vulnerável a problemas climáticos e outros fatores. Uma lógica que é tudo, menos segura.

Instabilidade financeira

A instabilidade financeira pode afetar a segurança alimentar de várias maneiras. Durante crises econômicas, as pessoas podem ter dificuldades para arcar com os custos de alimentação adequada, optando por alimentos mais baratos e menos nutritivos. 

Além disso, a instabilidade financeira também pode afetar a produção de alimentos, pois os produtores podem ter dificuldades para obter financiamento e investimento para suas atividades – ou preferir a exportação, com todos os problemas envolvidos nela. 

Portanto, é importante considerar a instabilidade financeira como um fator que pode afetar a segurança alimentar e tomar medidas para minimizar seus efeitos.

Como diminuir a insegurança alimentar

Uma forma de diminuir a insegurança alimentar é financiar iniciativas de pequenos produtores. Isso pode incluir desde o apoio a projetos de agricultura sustentável, como hortas comunitárias, até o investimento em tecnologias e práticas agrícolas que promovam a produção de alimentos saudáveis e acessíveis para as comunidades locais. 

Insegurança alimentar é um risco que pode ser combatido com a agricultura familiar

Outra forma de diminuir a insegurança alimentar é consumir alimentos orgânicos sempre que possível. Alimentos orgânicos são produzidos de maneira mais sustentável e beneficiam os pequenos produtores, ao mesmo tempo em que fornecem alimentos mais nutritivos para os consumidores. 

Ao financiar iniciativas de pequenos produtores e consumir alimentos orgânicos, podemos ajudar a diminuir a insegurança alimentar em nível local e global.